quarta-feira, 17 de outubro de 2012

urdidura de água escura
ou mergulha ou não mergulha
vai aí a advertência:
não existe o raso em mim

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

poema de muitos silêncios

eu engoli o sol
de um jeito despretensioso
quando vi, acordava para uma nova vida uterina
"o que é isso?", pensava com espanto
estava regressando
no caminho, havia uma ponte,
um riacho e um homem.
o homem nadou para as margens,
assustado com minha audácia
o riacho se fez maré
e a ponte sumiu
o que em mim que não é ilha?
esse eterno retorno sobre si mesmo
o anseio negado de comunicação
só porque não pude nascer direito
serei embrião por excelência
um eunuco, um sem sexo, um mudo
mas os sonhos ainda permanecem

(em resposta ao poema de lucas campelo. pra ler ouvindo clube da esquina nº 2)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

mea-culpa

não podem ver, mas no meu mundo um troço qualquer morreu

quarta-feira, 29 de junho de 2011

a noite
virou um bicho
dentro de mim

quarta-feira, 1 de junho de 2011

um instante, maestro

dormir profundamente até me diluir
sem mágoas, sem culpas
sem passado
apenas retornar espontâneo
para aquele bojo onde fui criado

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

puro murmúrio

nada se dá da asa partida
só:
esse zumbido
de coisa desafinada

domingo, 11 de outubro de 2009

toda quarta-feira é cinza

maré vem quebrar
ressaca chegando
garapa de cana
engov epocler

sempre há um março
é vez que doso
de gole em gole
sal e sargaço